O poeta como personagem, ou: mobilizar Camões

Autores

  • Mônica Genelhu Fagundes Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

DOI:

https://doi.org/10.37508/rcl.2025.nEsp.a1352

Palavras-chave:

Mário Cláudio, Os naufrágios de Camões, móbile, obra aberta, inacabamento

Resumo

O artigo analisa como a figura e a obra de Camões são recuperadas no romance Os naufrágios de Camões (2022), de Mário Cláudio, tomando como estrutura articuladora os móbiles de Alexander Calder e os princípios que sustentam sua concepção: abertura, inacabamento e apelo à interação do fruidor. Esses valores parecem se traduzir em imagens e procedimentos, tanto na poesia camoniana como na apreensão ficcional que o romancista faz dela ao tomar o vate como personagem.

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Biografia do Autor

Mônica Genelhu Fagundes, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Professora Associada de Literatura Portuguesa na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Doutora em Literatura Comparada pela UFRJ. Sua área de pesquisa são os Estudos Interartes e seus interesses de investigação concentram-se em teorias da imagem e em diálogos entre literatura e artes visuais, com foco na poesia portuguesa moderna e contemporânea. É Regente da Cátedra Jorge de Sena para Estudos Luso-Afro-Brasileiros e membro do Polo de Pesquisas Luso-Brasileiras do Real Gabinete Português de Leitura.

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Publicado

2025-06-22

Como Citar

Genelhu Fagundes, M. (2025). O poeta como personagem, ou: mobilizar Camões. Convergência Lusíada, 36(Esp.), 244–264. https://doi.org/10.37508/rcl.2025.nEsp.a1352