"J'ai vu, clairement vu, la vie" : les classiques de l'œuvre de Camões

Auteurs

  • Maria do Céu Fraga Universidade dos Açores / Universidade de Coimbra

DOI :

https://doi.org/10.37508/rcl.2025.nEsp.a1368

Mots-clés :

Poésie et connaissance, Ancien et moderne, Camões, Expérience, Poésie et philosophie

Résumé

Comme tout homme cultivé de son temps, Luís de Camões connaît et admire les Anciens et y trouve des thèmes et des perspectives qui exigent une lecture constante. Cependant, conscient de vivre une époque nouvelle, il ne subordonne pas son admiration à la réaffirmation d'idéaux déjà vécus : les réponses qu'il y trouve ne le satisfont pas pleinement, tant dans le domaine scientifique et l'interprétation du monde physique que dans sa conception de l'homme et de la société. À l'instar des « marins impoli » ou du « capitaine expérimenté » qui, dans Les Lusiades, observent d'étranges réalités qu'ils ne comprennent pas, mais dont ils savent pourtant l'existence, Camões affirme également la véracité des cas contradictoires de sa vie, en tout point différents des enseignements des « philosophes antiques ». Cette exposition met en lumière l'intégration de l'œuvre de Camões à un moment crucial d'articulation entre la conscience de la valeur de l'individu et la dignité de la poésie. La systématisation philosophique n’offre pas à Camões l’unification de l’expérience personnelle pour justifier le malheur personnel : c’est la Poésie qui ouvre les portes de la connaissance de la nature humaine, et impose aux hommes « de jugement plus sain » la cohérence d’attitudes complexes et même contradictoires.

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Biographie de l'auteur

Maria do Céu Fraga, Universidade dos Açores / Universidade de Coimbra

Professora associada da Universidade dos Açores. Integra o Centro de Literatura Portuguesa (Universidade de Coimbra) e o Centro de Estudos Humanísticos (Universidade dos Açores), de que é actualmente directora. A sua investigação e publicações centram-se nos estudos camonianos, área do seu doutoramento, e na literatura portuguesa dos séculos XVI e XVII (v.g., poesia lírica, literatura de viagens, Diogo Bernardes, bucolismo), mas alargam-se à literatura açoriana e a temas do ensino da literatura. Das suas publicações, destacam-se: Camões: um bucolismo intranquilo (1989), Os géneros maiores na poesia lírica de Camões (2003) e Babel e Sião: um manuscrito da Camoniana de D. Manuel II (2021).

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Publiée

2025-06-22

Comment citer

Fraga, M. do C. (2025). "J’ai vu, clairement vu, la vie" : les classiques de l’œuvre de Camões. Convergência Lusíada, 36(Esp.), 51–67. https://doi.org/10.37508/rcl.2025.nEsp.a1368

Numéro

Rubrique

L'ingéniosité, l'art ; la plume, l'épée ; l'étude, l'expérience