Life and work, figure and myth of Camões – “dangerous matter”

Authors

DOI:

https://doi.org/10.37508/rcl.2025.nEsp.a1422

Keywords:

Camões’ life, Biographemes, Figure, Personal myth, Endogenous knowledge, “Dangerous matter”

Abstract

The 500th anniversary of Luís Vaz de Camões’s birth has focused attention on the writer himself and the projection of his personal myth, sometimes tempted to return to a fallacious biographical approach to extrapolating data and fanciful in its attempt to fill in information gaps. Narratives about Camões’s life have gradually become part of the code of biography as a literary genre, with its categories and topics, and a long humanist tradition. In any case, Camões’s life brought to his literary creation a fertile store of motivations and biographemes, although certain contingencies and experiences may have been relived by the poet in the same way others are attributed to great historical figures or heroes of epic narratives and mythical fables. But Camões was above all a magnificent creator of figures; and his figurative creation extends to himself as a persona that his audiences have variously presented. Luís de Camões knows that figure is fiction and diction; and the authorial movements toward the figural construction of personal myth were joined by many other movements of critical and creative reception. In his work, Camões reveals himself to be “dangerous matter”, as he creates a poetry of endogenous knowledge, with a brilliant beauty of problematic complexity between experiential knowledge and the Augustinian “higher understanding”. The effect of meaning often begins with the semantic displacement of core terms – as with “pena” and “experience” – and leaves open the problematic scope of many other concepts and existential data – as with “mal” and “caso.” At crucial moments in Camões’s work, this idiolectal challenge implicates important thematic topics – such as “change” and “disconcertation”– and subjects them to a subversive treatment, until the crisis is overcome.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biography

José Carlos Seabra Pereira, Universidade de Coimbra

Doutor pelas Universidades de Poitiers e de Coimbra, professor da Faculdade Letras de Coimbra. Coordenador científico do Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos; diretor da revista Estudos (CADC); diretor do Secretariado Nacional para a Pastoral da Cultura (Portugal); membro do Conselho Executivo da Fundação Inês de Castro e do Conselho de Patronos da Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva. Tem integrado os júris dos principais prémios literários de Portugal e da CPLP, nomeadamente do Prémio Camões, do Grande Prémio Leya e dos Prémios da Associação Portuguesa de Escritores. Figura de referência nos Estudos sobre Camões, Decadentismo, Simbolismo, Neo-Romantismo e Modernismo, é autor de cerca de quinhentas conferências e palestras, de numerosos ensaios e estudos monográficos, de edições críticas ou pracríticas (Obras de Gomes Leal, Raul Brandão, Florbela Espanca, etc.), de centenas de artigos em revistas especializadas e verbetes em enciclopédias, e de uma vintena de livros, com destaque para: Decadentismo e Simbolismo na poesia portuguesa (1975); Do fim-de-século ao tempo de Orfeu (1979); Autour dela themátique politique et de l’engagement dans la litterature portugaise (1982); L’action litteraire et (‘oeuvre poetique de Joao de Barros) (1983); O NeoRomantismo na poesia portuguesa (1999), 2 v.; v. VII da História critica da literatura portuguesa: do fim-de-século ao modernismo (1995); Antonio Nobre: projecto e destino (2000); O essencial sobre Antonio Nobre (2001); O tempo re-publicano da literatura portuguesa (2010); Aquilino – a escrita vital (2014), Prémio de Ensaio da Associação Portuguesa de Escritores. Magum opus: As Literaturas em Língua Portuguesa (das origens aos nossos dias). Lisboa, Gradiva, 2019.

References

ALMEIDA, Justino Mendes de. Camões, biografias, biografia, autobiografia. In: AA. VV. 1498-1998. Gama, Camões, Vieira, Pessoa – A gesta e os poemas, a profecia. Caldas da Rainha: Livraria Nova Galáxia, 1999. p. 15-48.

AUERBACH, Erich. Figura. Madrid: Editorial Trotta, 1998.

BOBONE, Carlos Maria. Camões – vida e obra. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 2024.

DOMINGUES, Mário. Camões, a sua vida e a sua época – Evocação Histórica. Lisboa: Ed. Livraria Romano Torres, 1968

LOURENÇO, Eduardo. Camões et le Temps ou la raison oscilante. In: AA. VV., Visages de Luís de Camões. Paris: Centro Cultural Português / Fundação Gulbenkian, 1972. p. 109-124.

MOREIRA, Maria Micaela Ramon. Os sonetos amorosos de Camões. Braga: Universidade do Minho – Centro de Estudos Humanísticos, 1998.

NAIQUE-DESSAI, Elisabeth. Die sonette Luís de Camões. Untersuchungen zum Echthertsproblem. Aufsatze zur portugiesischen Kulturgeschichte, v. 7, p. 52-125, 1969.

NOVO, Isabel Rio. Fortuna, caso, tempo e sorte – biografia de Luís Vaz de Camões. Lisboa: Contraponto, 2024

PEIXOTO, Afrânio. Ensaios camonianos. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1932.

PEREIRA, José Carlos Seabra. Camões dob o signo da figura. As Artes entre as Letras, Porto, n. 391/392, p. 18-19, 30 jul. 2025.

PEREIRA, José Carlos Seabra. Camões e a espiritualidade do seu tempo. In: AA. VV., Camões e os contemporâneos. Braga, 2012. p. 117-154.

PEREIRA, José Carlos Seabra. Vida e figura de Camões. Braga: Opera Omnia, 2025.

PICCHIO, Luciana Stegagno. O canto molhado: Contributo para o estudo das Biografias Camonianas. Arquivos do Centro Cultural Português, Paris, Centro Cultural Português / Fundação Calouste Gulbenkian, v. XVI, p. 248-249, 1981.

STORCK, Wilhelm. Vida e obras de Luís de Camões. Lisboa: Imprensa Nacional; Casa da Moeda, 1980.

VELHO, Selma Vieira. A influência da mitologia hindu na literatura portuguesa dos séculos XVI e XVII. Macau: Instituto Cultural de Macau, 1988. Tomo I, Parte III, cap. VII (“Camões”), p. 447-523.

WILLIS, Clive. Camões, Prince of Poets. Bristol: H/PLAM, 2010.

Published

2025-12-10

How to Cite

Seabra Pereira, J. C. (2025). Life and work, figure and myth of Camões – “dangerous matter”. Converência Lusíada, 36(Esp.), 414–451. https://doi.org/10.37508/rcl.2025.nEsp.a1422

Issue

Section

Ingenuity, art; the pen, the sword; study, experience