Pele branca, máscaras negras em 'O esplendor de Portugal' de António Lobo Antunes

Palavras-chave: máscara, racismo, colonial, identidade

Resumo

As máscaras trazidas da África que acompanham o percurso de Carlos, retornado de Angola, não escondem mas, pelo contrário, revelam: depois de terem perdido, nas mãos dos colonos, o seu poder simbólico tradicional, apenas servem para acusar a origem mestiça da personagem principal e ganham, sob a pena de António Lobo Antunes, a força de um símbolo ideológico que denuncia o fracasso da “grandeza” colonial enfaticamente proclamada pelo regime salazarista.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Agnès Levécot, CREPAL Sorbonne Nouvelle

É Maître de Conférences Honoraire da Université Sorbonne Nouvelle, membro do CREPAL (Centre de Recherche sur les Pays Lusophones). Integrou várias equipes internacionais de investigação e publicou numerosos artigos em revistas especializadas francesas, portuguesas e brasileiras. Em 2009, a editora L’Harmattan publicou um ensaio sobre o romance português pós-25 de Abril, síntese da sua tese de doutoramento sobre um corpus de 14 autores e 33 obras, intitulado Le roman portugais contemporain. Profondeur du temps.

Referências

ANTUNES, António Lobo. O esplendor de Portugal, 3ª. ed. Lisboa: Dom Quixote, 1999.

BÉDOUIN, Jean-Louis. Les masques. Paris: PUF. Que sais-je?, n. 905, 1961. (Coleção).

LEPALUDIER, Laurent. L’Objet et le récit de fiction. Rennes: Presses Universitaires de Rennes, 2004.

LOURENÇO, Eduardo. Mythologie de la saudade. Paris: Chandeigne, 1997.

MAERTENS, Jean-Thierry. Ritologiques. Tome 3 – Le masque et le miroir: essai d'anthropologie des revêtements faciaux. Paris: Aubier Montaigne, 1978.

REDINHA, José Pedro Domingues. Máscaras e mascarados angolanos. Luanda: Imprensa Nacional de Angola, 1965.

Publicado
2020-04-30
Como Citar
Levécot, A. (2020). Pele branca, máscaras negras em ’O esplendor de Portugal’ de António Lobo Antunes. Convergência Lusíada, 31(43), 4-11. https://doi.org/10.37508/rcl.2020.n43a364