Pescar pérolas no Tejo: um mergulho nas águas de Maremoto, de Djaimilia Pereira de Almeida

  • Clarisse Dias Pessôa Universidade Federal Fluminense (UFF)
Palavras-chave: Maremoto, Djaimilia Pereira de Almeida, Cidade, Memória, Pós-colonialismo

Resumo

O presente artigo se debruça na obra Maremoto, de Djaimilia Pereira de Almeida, com o intuito de analisar de que maneira suas personagens transitam entre memória e esquecimento a partir de suas relações com a cidade de Lisboa. A análise se direciona para refletir de que forma a escrita de Djaimilia Pereira de Almeida busca a inserção dessas perso­nagens na cidade por meio dos trânsitos. É na busca desses trânsitos na cidade descrita na obra que esse artigo ganha corpo. A partir da figura do flâneur de Benjamin, esta pesquisa busca analisar como a obra lança seus olhares sobre as ruínas de Lisboa e colabora para inserir outras memórias que fazem parte da história de Portugal, mas que foram sistematicamen­te silenciadas por uma matriz de pensamento colonial que ainda perdura na gestão do lembrar e esquecer na capital do país. Além de Walter Ben­jamin, os estudos de Julia Kristeva, Stephen Small, Stuart Hall, Roberto Vecchi e Margarida Calafate Ribeiro trarão suporte teórico.

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Biografia do Autor

Clarisse Dias Pessôa, Universidade Federal Fluminense (UFF)

Doutoranda em Estudos de Literatura pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Mestra em Estudos Literários – subárea em Literatura Portuguesa e Literaturas Africanas de Língua Por­tuguesa, com bolsa CNPq, pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Especialista em Literatura Infantojuvenil pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Graduada em Letras Português/Inglês e respectivas literaturas pela Universidade Estácio de Sá.

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Publicado
2024-07-05
Como Citar
Dias Pessôa, C. (2024). Pescar pérolas no Tejo: um mergulho nas águas de Maremoto, de Djaimilia Pereira de Almeida. Convergência Lusíada, 35(52), 172-187. https://doi.org/10.37508/rcl.2024.n52a1305