Ruínas da história brasileira num poema de António Botto

Autores

DOI:

https://doi.org/10.37508/rcl.2024.n52a1297

Palavras-chave:

Poesia Portuguesa, Relações Luso-Brasileiras, Paisagem, Memória, História do Brasil

Resumo

A partir da paisagem e dos monumentos do Largo da Liberdade, em São Pau­lo, como a Igreja Santa Cruz das Almas dos Enforcados e a estátua do Regente Diogo António Feijó, António Botto reflete sobre a história brasileira, desta­cando as violências e as injustiças que ficaram inscritas naquele espaço públi­co. Assim, as três versões de um mesmo poema, reescrito durante a primeira metade da década de 1950, publicadas primeiro na imprensa e, finalmente, na versão final em Fátima – Poema do Mundo (1955), com o título de “Cântico da Alma Brasileira”, remetem ao passado do Brasil, bem como apontam ca­minhos para a compreensão do presente e a possibilidade otimista e ufanista do futuro do país. É importante destacar que as versões do poema afirmam os recentes interesses literários que o escritor buscava juntar à sua produção poética desde a década anterior, sobretudo os interesses sociais, políticos e religiosos, entrelaçados nos três textos de maneira exemplar, como em parte considerável de sua produção tardia. Desse modo, de acordo com a noção de “lugares de memória” do historiador francês Pierre Nora (1993), analisamos como Botto, mediante seu olhar de poeta estrangeiro, avalia alguns dos pro­cessos de construção da memória social coletiva do Brasil, ao buscar repre­sentar acontecimentos históricos relegados ao esquecimento.

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Biografia do Autor

Oscar José de Paula Neto, Universidade Federal Fluminense (UFF)

Doutorando em Literatura Compa­rada no Programa de Pós-graduação em Estudos de Literatura da Uni­versidade Federal Fluminense. Bolsista de Doutorado Nota 10 da FAPERJ. Integrante do Polo de Pesquisas Luso-brasileiras (PPLB) do Real Gabinete Português de Leitura.

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Publicado

2024-07-05

Como Citar

de Paula Neto, O. J. (2024). Ruínas da história brasileira num poema de António Botto. Convergência Lusíada, 35(52), 15–36. https://doi.org/10.37508/rcl.2024.n52a1297