O trem e a nação. Os sertões e a modernidade na Belle Époque

Autores

  • Carmem Negreiros Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

DOI:

https://doi.org/10.37508/rcl.2024.nEsp.a1265

Palavras-chave:

Trem, Nação, Belle Époque, Natureza, Viagem

Resumo

No final do século XIX e início do século XX, escritores e escritoras se envolvem num projeto de redescoberta do Brasil facilitado pelas viagens, principalmente de trem, que levaram a diferentes lugares, entre eles os sertões, um enclave no esboço de nação que provocou respostas instigan­tes às contradições observadas. A partir de textos escolhidos de Nestor Ví­tor, Julia Lopes de Almeida, Afonso Arinos, Coelho Neto, Alberto Rangel, Euclides da Cunha, Monteiro Lobato e Lima Barreto, pretende-se expor as tensões das viagens em busca da brasilidade que resultaram em dis­cursos e modos de ver o país, e a cultura, que ainda hoje permanecem em disputa.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Carmem Negreiros, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

É Professora associada do Instituto de Letras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), bolsista CNPq e Cien­tista de Nosso Estado/CNE/FAPERJ. Doutora e mestre em Teoria Literária pela UFRJ. Possui artigos publicados sobre Lima Barreto, sendo o mais recente “De retalhos e redes faz-se um romance: a criação em Lima Bar­reto” na Manuscrítica: Revista de Crítica Genética, (51), 68-83, 2024. Entre seus livros, destacam-se Lima Barreto/Triste fim de Policarpo Quaresma da Coleção Archives/UNESCO, organizado com Antonio Houaiss, em 1997; Lima Barreto, caminhos de criação (em parceria com Ceila Ferreira, publi­cado pela EDUSP, 2017) e Lima Barreto em quatro tempos (Relicário, 2019). Coordena o LABELLE- UERJ - Laboratório de estudos de literatura e cul­tura da Belle Époque http://labelleuerj.com.br/

Referências

ALMEIDA, Julia Lopes de. Scenas e Paizagens do Espírito Sancto. Revista do InstitutoHistórico Brasileiro, Rio de Janeiro, Tomo LXXV, 1912, p. 177-217.

ALMEIDA, Julia Lopes de. Correio da roça. Rio de Janeiro: Francisco Alves & Cia, 1913.

ALMEIDA, Julia Lopes de; ALMEIDA, Afonso Lopes de. A árvore. Rio de Janeiro: Francisco Alves & Cia, 1916.

AMAUACA. In: DICIONÁRIO Houaiss da Língua Portuguesa. [20--]. Disponível em: https://houaiss.uol.com.br/corporativo/apps/uol_www/v6-1/html/index.php#2. Acesso em: 06 mar. 2024.

ANDERSON, Benedict.Comunidades imaginadas: reflexões sobre a origem e a difusão do nacionalismo. Tradução de Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

ARINOS, Afonso. Contos: Pelo Sertão; histórias e paisagens; a rola encantada. Edição preparada por Walnice Nogueira Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

BARRETO, Afonso Henriques de Lima. Bagatelas. Rio de Janeiro: Brasiliense, 1956a. v. 9.

BARRETO, Afonso Henriques de Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. São Paulo: Brasiliense, 1956b, vol.2.

CALDEIRA, Jorge. História da riqueza do Brasil. Rio de Janeiro: Estação Brasil, 2017.

CASTRO, Susana de. Condescendência: estratégia pater-colonial de poder. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (org.). Pensamento Feminista Hoje: Perspectivas decoloniais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 1ª reimpressão, 2020.

COELHO NETO, Henrique Maximiliano. Sertão. 2ª.ed. Rio de Janeiro: Livraria Chardron, 1903.

CUNHA, Euclides da. À margem da História. In: Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1995. p. 247-425.

CUNHA, Euclides da. Diário de uma expedição, Canudos, O Estado de São Paulo, 01 de outubro de 1897.

CUNHA, Euclides da. Preâmbulo a Inferno Verde. In: RANGEL, Alberto. Infernoverde. Com prefácio de Euclides da Cunha. 4ª. ed. Tours: Typographia Abrault &Cia. 1927. p.01-22.

KROPF, Simone Petraglia. A descoberta da doença dos sertões: ciência e saúde nos trópicos brasileiros no início do século XX. In: HEIZER, Alda; VIDEIRA, Antonio Augusto Passos (Orgs.). Ciência, civilização e república nos trópicos. Rio de Janeiro: Mauad X/Faperj, 2010.

LOBATO, M. Urupês. In: Urupês. Obras Completas de Monteiro Lobato. 7. ed. São Paulo: Brasiliense, 1956a., v. 1. p. 241–256.

LOBATO, M. Velha praga. In: Urupês. Obras Completas de Monteiro Lobato. 7. ed. São Paulo: Brasiliense, 1956b., v. 1. p. 233–240.

LIMA, Nísia Trindade. A cidade descobre o sertão. Notas sobre a viagem de Roquette- Pinto a Rondônia e a dos médicos Arthur Neiva ao Brasil Central. In: ALMEIDA,Marta de; VERGARA, Moema de Rezende (Orgs.). Ciência, história e historiografia.São Paulo: Via Lettera; Rio de Janeiro: MAST, 2008.

LIMA, Nísia Trindade. Um sertão chamado Brasil. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 2013.

LIMA, Nísia Trindade e HOCHMAN, Gilberto.Pouca saúde, muita saúva, os males do Brasil são... Discurso médico-sanitário e interpretação do país. Ciência & Saúde Coletiva [online]. 2000, v.5, n.2 [Acessado 10 set. 2023], pp. 313-332. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1413-81232000000200007>. Epub19Jul2007.ISSN1678_4561. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-81232000000200007

MARTINS, Paulo Emílio Matos. A reinvenção do sertão. A estratégia organizacional de Canudos. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2001.

MACHADO ARÁOZ, H. América: mina e plantação.Uma perspectiva de colonial sobre as origens do Antropoceno. GEOgraphia, v. 55, n. 25, 2023. Disponível em: https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/59523. Acesso em: 06 mar. 2024.

MIGNOLO, Walter. Colonialidade. O lado mais escuro da modernidade. Introdução de The darker side of western modernity: global futures, decolonial Options. Tradução de Marco Oliveira. Revista Brasileira de Ciências Sociais. Vol 32, no94 junho/2017. DOI: https://doi.org/10.17666/329402/2017

MUSEU DE ASTRONOMIA E CIÊNCAIS AFINS. Um mapa para a República. [202-]. Disponível em: https://indd.adobe.com/view/a1d23e60-bd07-44e7-bcf2-7098135208e5. Acesso em: 06 mar. 2024.

MONIZ, Edmond. Canudos: a guerra social. 2ª. ed. Rio de Janeiro: Elo Ed.,1987.

PENNA, Belisário. Saneamento do Brasil. Rio de Janeiro: Typ. Revista dos Tribunaes, 1918.

RANGEL, Alberto. Inferno verde. Com prefácio de Euclides da Cunha. 4ª. ed. Tours:TypographiaAbrault &Cia. 1927.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Descolonizar: abrindo a história do presente. Tradução de Luís Reyes Gil. Belo Horizonte: Autêntica Editora; São Paulo: Boitempo, 2022.

SEGATO, Rita. Crítica da colonialidade em oito ensaios: e uma antropologia por demanda. Tradução Danielli Jatobá, Danú Gontijo. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2021. SIQUEIRA, Lau (Laureci). A memória é uma espécie de cravo ferrando a estranhezadas coisas. Porto Alegre: Casa Verde, 2017. TAPERA. In: DICIONÁRIO Houaiss da Língua Portuguesa. [20--]. Disponível em: https://houaiss.uol.com.br/corporativo/apps/uol_www/v6-1/html/index.php#1. Acesso em: 06 mar. 2024. TELES, Gilberto Mendonça. O lu(g)ar dos sertões. Verbo de Minas, Juiz de Fora, v.8, n. 16, 2009, p. 71-108. TORT, Paulliny. Erva brava. São Paulo: Fósforo, 2021. VICTOR, Nestor. A Terra do Futuro (Impressões do Paraná). Rio de Janeiro: Typ. do Jornal do Commercio, de Rodrigues & C., 1913.

capa da Convergência Lusíada, v.35, nº Especial

Downloads

Publicado

2024-04-21

Como Citar

Negreiros, C. (2024). O trem e a nação. Os sertões e a modernidade na Belle Époque. Convergência Lusíada, 35(Esp.), 41–69. https://doi.org/10.37508/rcl.2024.nEsp.a1265

Edição

v. 35 n. Esp. (2024): Modernismos Luso-Brasileiros

Seção

DOSSIÊ

Licença

Os autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:

a. Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição NãoComercial (CC-BY-NC 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.

b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.

c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.

Licença Creative Commons
A Revista Convergência Lusíada utiliza uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.