Vestígios da memória e regressos em Isabela Figueiredo e Dulce Maria Cardoso

  • Tania Mara Antonietti Lopes Universidade de São Paulo
Palavras-chave: memória, ficção, retorno, Isabela Figueiredo, Dulce Maria Cardoso.

Resumo

A partir de uma análise do Caderno de memórias coloniais (2009), de Isabela Figueiredo, e de O retorno (2012), de Dulce Maria Cardoso, propõe-se uma leitura reflexiva, pelo viés da memória entrelaçada à ficção, de histórias que traduzem questões de subjetividade atreladas à idealização de Portugal durante o processo de descolonização. Nesse aspecto, importa mostrar ao leitor as estratégias que as autoras utilizam para reconstruir a memória por meio da ficção e, respectivamente, suas identidades em relação à metrópole. Como base teórica para nossa abordagem, utilizamos a perspectiva de Paul Ricoeur, em A memória, a história, o esquecimento (2007).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Tania Mara Antonietti Lopes, Universidade de São Paulo

Graduada em Letras pela Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho, UNESP – Araraquara (2005). Realizou Mestrado (2007) e Doutorado (2011) na mesma instituição, com bolsa CAPES/CNPq e Pós-Doutorado (2016) com bolsa FAPESP, especializando-se na obra de José Saramago. Atualmente, é pesquisadora no Programa de Literatura Portuguesa (DLCV), na FFLCH – USP, onde desenvolve pesquisa sobre os processos de representação da memória na obra de Isabela Figueiredo. É membro do Grupo de Pesquisa Colonialismo e Pós-Colonialismo em Português.

Referências

BARROS, B. M. Seres estranhos: personagens em desencontros em romances de Dulce Maria Cardoso. In: CARDOSO, J. A. et al. (orgs.). Literatura, linguagem e mídia. Águas de São Pedro: Livronovo, 2016. p. 192-198.

BRONTË, Charlotte. Jane Eyre. Edição bilíngue português-inglês. Tradução e notas de Doris Goettens. São Paulo: Landmark, 2018. E-book.

CARDOSO, Dulce Maria. O retorno [2012]. 2. ed. Rio de Janeiro: Tinta-da-china Brasil, 2013.

CHAGAS, Maria Manuela Duarte. Da multiplicidade de vozes narrativas à incomunicabilidade. O esplendor de Portugal — uma narrativa plurivocal. In: CABRAL, Eunice; JORGE, Carlos J. F.; ZURBACH, Christine (orgs.) A escrita e o mundo em António Lobo Antunes. Lisboa: Universidade de Évora e Dom Quixote, 2003. p. 171-185.

FIGUEIREDO, Isabela. Caderno de memórias coloniais [2009]. São Paulo: Todavia, 2018a.

______. A gorda. São Paulo: Todavia, 2018b.

LESSA, C. F. As coisas que morrem não se devem tocar: uma leitura de O retorno, de Dulce Maria Cardoso. Mulheres e Literatura, Rio de Janeiro, v. 14, p. 1-9, 2015.

MACHADO, Alleid Ribeiro. Dulce Maria Cardoso e Júlia Nery: olhares em torno da diáspora portuguesa em França e África. Entrevista. Desassossego, São Paulo, v. 12, p. 95-119, 2014.

PERALTA, Elsa; OLIVEIRA, Joana Gonçalo. Pós-memória como herança: fotografia e testemunho do “retorno” de África. Configurações, Braga, v. 17, p. 181-197, 2016. Disponível em https://journals.openedition.org/configuracoes/3290. Acesso em: 7 out. 2018.

PLATH, Sylvia. Os diários de Sylvia Plath: 1950-1962. 2. ed. Organização: Karen V. Kukil. Tradução: Celso Nogueira. São Paulo: Biblioteca Azul, 2017.

RIBEIRO, Margarida Calafate. As ruínas da casa portuguesa em “Os cus de Judas” e em O esplendor de Portugal, de Antonio Lobo Antunes. In: SANCHES, Manuela Ribeiro (org.). Portugal não é um país pequeno: contar o Império na pós-colonialidade. Lisboa: Livros Cotovia, 2006.

RICOEUR, Paul. Da memória e da reminiscência. Memória e imaginação. A memória, a história, o esquecimento. Tradução: Alain François et al. Campinas: Editora da Unicamp, 2007. (p. 21-70).

SCHMIDT, Simone Pereira. Uma viagem longa demais, um retorno devastador. Revista do Núcleo de Literatura Portuguesa e Africana da UFF, Niterói, v. 8, n. 16, jul. 2016.

VALADARES, L. M. C. B. O retorno: uma viagem de formação e refundação de identidade. Forma Breve, Aveiro, p. 91-100, 2011.

Publicado
2019-12-29
Como Citar
Antonietti Lopes, T. M. (2019). Vestígios da memória e regressos em Isabela Figueiredo e Dulce Maria Cardoso. Convergência Lusíada, 30(42), 277-289. https://doi.org/10.37508/rcl.2019.n42a352