O cânone entre estátuas e palavras: Camões & companhia em José Saramago
DOI:
https://doi.org/10.37508/rcl.2023.nEsp.a850Palavras-chave:
Saramago, Camões, cânone, intertextualidade, intermedialidadeResumo
Como figura incontornável do cânone português, Camões é um dos autores-chave da biblioteca de José Saramago, marcando em especial a paisagem literária de O ano da morte de Ricardo Reis (1984). Levando-se em conta outras reflexões já feitas sobre o tema, este trabalho busca analisar o modo como esse romance aborda tanto Camões como parte da sua recepção. Trata-se de mostrar que mais de um Camões é apresentado ao longo da narrativa e que a recuperação do cânone em Saramago de maneira geral passa pela revisão do que já se disse e se fez com ele, passa pela leitura de outras pinturas de um mesmo lugar, inevitavelmente transformado, quando não criado por elas.
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