Naturalização brasileira de Mariana Coelho: Estratégias Políticas e Subjetividades

  • Ana Cristina Comandulli da Cunha Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) / PLLB / CEC-FLUL
  • Júlia Santiago Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) / Real Gabinete Português de Leitura
Palavras-chave: Naturalização, Voto feminino, Estratégias Políticas, Subjetividade

Resumo

A educadora, intelectual e feminista portuguesa Mariana Teixeira Coelho se instalou no Brasil na década de 90 do século XIX e iniciou um proces­so para naturalizar-se brasileira em 1934, motivada pela necessidade de votar no país, graças ao Código Eleitoral de 1932. Tendo em vista que sua naturalização foi um fato pouco estudado pelos trabalhos sobre a autora precedentes, o presente artigo busca dar início às análises sobre tal docu­mento arquivístico. Portanto, trataremos dos processos e temporalidades que abarcam a luta pelo voto feminino no Brasil, dando destaque para a atuação de Coelho nesse contexto. E, a partir disso, certas questões serão feitas à fonte, tendo como base a forte relação afetiva que Mariana Coelho tinha com sua pátria natal, a sua influência no Brasil e o posicionamento internacional do feminismo brasileiro com a liderança de Bertha Lutz.

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Biografia do Autor

Ana Cristina Comandulli da Cunha, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) / PLLB / CEC-FLUL

Doutora em Estudos de Literatura (Literatura comparada) pela Universidade Federal Fluminense - UFF - com tese sobre o escritor António Feliciano de Castilho e sua presença nas letras oitocentistas portuguesas: sociabilidade e difusão da escrita feminina. Integra o Pesquisas Literárias Luso-Brasileiras do Real Gabinete Portu­guês de Leitura, onde desenvolve pesquisa sobre a escritora oitocentista Maria Peregrina de Sousa. Participa atualmente do Projeto Senhoras do Almanaque do Grupo de Investigação do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas Europeias CLEPUL - Universidade de Lisboa e o Real Gabinete Português de Leitura. Investigadora Colaboradora do Centro de Estudos Clássicos da Universidade de Lisboa - Portugal. Participa dos Projetos de Pesquisa Escritoras Portuguesas na imprensa periódica do Brasil: Laços Transatlânticos de ação (1890-1930) - UERJ, Rio de Janeiro - Brasil; Escritoras em Português - página CEC FLUL, Lisboa - Portugal; Portugueses de Papel - CLEPUL - Lisboa- Portugal.

Júlia Santiago, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) / Real Gabinete Português de Leitura

Graduanda em Licenciatura em História pela Uni­versidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Foi bolsista do projeto de pes­quisa “Escritoras Portuguesas e a Difusão Cultural na Colônia Imigrante”, fornecido pelo RGPL e financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian, entre os anos de 2021 e 2022. Tem interesse na área de História Contemporânea, com destaque para o estudo de nação e nacionalismo e seus diálogos com os conceitos de raça e modernidade.

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Publicado
2023-06-29
Como Citar
Comandulli da Cunha, A. C., & Santiago, J. . (2023). Naturalização brasileira de Mariana Coelho: Estratégias Políticas e Subjetividades. Convergência Lusíada, 34(49), 164-190. https://doi.org/10.37508/rcl.2023.n49a529