A santa que levantou a saia e a bruxa da palavra: as vozes líricas da subversão em Hilda Hilst e Maria Teresa Horta

  • Eliziane Cristina Ataliba de Oliveira Silva Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
  • Mauro Dunder Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) http://orcid.org/0000-0002-2855-4764
Palavras-chave: Maria Teresa Horta, Hilda Hilst, subversão, corpo feminino, poesia

Resumo

As poesias de Maria Teresa Horta e Hilda Hilst tocam-se em vários aspectos, entre os quais a subversão, consubstanciada por escolhas que remetem a um corpo feminino sujeito de seus desejos. Nelas, a palavra é instrumento dessa insurreição, que pode ser lida como manifestação de uma luta pelo direito a não permanecer em uma condição objetificada, submetida ao masculino. Este artigo parte desses pressupostos para discutir os poemas “Retrato de uma fidalga de Lisboa”, do livro Eu sou a Minha Poesia, de 2019, e “Fazer Amor Contigo”, que consta de Paixão (2021), ambos de Horta, e “I” e “II”, de Hilst, publicados em Da Poesia, de 2017. Para isso, o recorte teórico é o da crítica feminista, a fim de analisar as relações de subversão entre a figura feminina ocidental por excelência e as imagens criadas pelas poetisas.

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Biografia do Autor

Eliziane Cristina Ataliba de Oliveira Silva, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Mestranda em Estudos da Linguagem (Estudos de Literatura Comparada) pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Licenciada em Letras (Português) pela Universidade Potiguar.

Mauro Dunder, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem e Professor Adjunto do Departamento de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Doutor em Letras (Literatura Portuguesa) pela Universidade de São Paulo.

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Publicado
2022-11-10
Como Citar
Ataliba de Oliveira Silva, E. C. ., & Dunder, M. (2022). A santa que levantou a saia e a bruxa da palavra: as vozes líricas da subversão em Hilda Hilst e Maria Teresa Horta. Convergência Lusíada, 33(48), 83-99. https://doi.org/10.37508/rcl.2022.n48a507