“Hoje somos festa, amanhã seremos luto” – uma leitura da favela em Drummond e MC Smith
DOI:
https://doi.org/10.37508/rcl.2024.nEsp.a1315Palavras-chave:
Drummond, Funk Carioca, Necropolítica, FavelaResumo
Neste texto, pretendo aproximar a 12ª estância do poema “Favelário Nacional”, de Carlos Drummond de Andrade, presente no livro Corpo (1984), e a música “Vida Bandida Parte 1”, de MC Smith e composição de Thiago dos Santos (Praga), que, mesmo sendo distantes temporalmente e escritas de duas perspectivas sociais distintas, abordam como o capitalismo, a violência e o racismo constroem novas formas de morte e luto no indivíduo. Em ambos é possível ver como o Estado, a partir do conceito de Necropolítica (2018), delimita as condições do indivíduo. Essa análise, portanto, volta-se a pensar sobre os corpos marginalizado em Drummond e em MC Smith, refletindo sobre a favela a partir do que diz Franz Fannon em Os condenados da terra (2022) sobre a divisão entre a cidade do colonizador e cidade do colonizado. Assim, é possível perceber em ambos os escritos que o Estado brasileiro oferece, de diversas formas, opressão a determinados corpos que, mesmo com a morte e o luto entrelaçados ao lugar, festejam porque existem e quando não festejam é como se não existissem.
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Referências
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