Escritas extremas: agonia e êxtase poético em António Lobo Antunes e Alberto da Cunha Melo

Autores

  • Ermelinda Maria Araújo Ferreira

Resumo

Este ensaio discute como algumas formas do confessionalismo literário contemporâneo podem ser compreendidas como narrativas do trauma. Focalizamos nossa atenção nas escritas autobiográficas e/ou autoficcionais de cunho testemunhal, relativas a eventos ligados à doença. O propósito é analisar esta produção no âmbito dos estudos de Humanidades Médicas, que vêm se consolidando nos interstícios da pesquisa médica e literária, movidos pelo propósito de restituir aos cursos de áreas científicas oportunidades de “sensibilização” através da arte. Vitimados pelo câncer em 2007, aos 65 anos, o português António Lobo Antunes e o brasileiro Alberto da Cunha Melo produziram duas obras de grande beleza e verdade: o diário Sôbolos rios que vão, e a coletânea poética O cão de olhos amarelos, respectivamente, em que a memória se articula ao desejo numa escrita do corpo e do afeto, que precisa purgar na palavra o indizível e continuar.

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Publicado

2017-07-28

Como Citar

Araújo Ferreira, E. M. (2017). Escritas extremas: agonia e êxtase poético em António Lobo Antunes e Alberto da Cunha Melo. Convergência Lusíada, 24(30). Recuperado de https://convergencialusiada.com.br/rcl/article/view/112

Edição

Seção

DOSSIÊ: LITERATURA PORTUGUESA CONTEMPORÂNEA