Em Portugal, com Murilo Mendes

  • Eucanaã Ferraz Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Palavras-chave: Murilo Mendes

Resumo

Nas notas ao final de Janelas verdes, Murilo Mendes explica que o título de seu livro de viagens "não se refere ao Museu das Janelas Verdes. Refere-se a espaços abertos; à liberdade; ao campo e mar de Portugal, ao verde que ali nos envolve sempre." (p. 1444). 1 Os textos que compõem o volume apresentam, de fato, paisagens de várias cidades portuguesas onde o mar, o campo, os montes e o céu confundem-se com a arquitetura, compondo quadros de formas e cores largas, generosas. Murilo, portanto, define "janelas" (que, ao pé-da-letra, como sabemos, são aberturas destinadas a ventilar o interior do edifício e que, simultaneamente, possibilitam a visibilidade externa) como aquilo que se vê- a paisagem - e não como o que torna possível a visão. Se considerarmos, assim, que aqueles "espaços abertos" funcionam para o autor como janelas, cabe perguntar: para onde dão? O que se vê através delas? Como abri-las? Embora a "casa" (onde se abrem) seja uma só - Portugal -, o escritor escolheu determinadas janelas e não outras, como se optasse por certos ângulos previamente valorados?

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Biografia do Autor

Eucanaã Ferraz, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Poeta, ensaísta e professor de Literatura Brasileira na Faculdade de Letras da UFRJ, onde se doutorou. Tem vários títulos publicados em periódicos e coletâneas do Brasil e do exterior.

Publicado
2001-12-30
Como Citar
Ferraz, E. (2001). Em Portugal, com Murilo Mendes. Convergência Lusíada, 16(18), 98-111. Recuperado de https://convergencialusiada.com.br/rcl/article/view/811