Centenário de Eça de Queirós

  • A. Gomes da Costa Real Gabinete Português de Leitura
Palavras-chave: Eça de Queiroz

Resumo

Não estou melhor. Ao contrário. Ramalho e Prado partiram hoje para a sua viagem até à Itália. Fiquei em plena solidão, - escrevia, desanimado e triste, de Glion-sur-Montreux, o nosso Eça de Queirós, em carta dirigida a sua mulher, D. Emília de Resende, poucos dias antes de morrer. Ainda seguiu para Lucerna, em busca da cura entre as montanhas. Mas já não se livraria da doença que implacavelmente o perseguia: a Suíça foi urna failure - e, por isso, regressava a Paris em 11 de agosto. Sentia-se exausto. Chegava ao fim. Talvez naqueles dias, em que pressentia a proximidade da morte, tivesse perto de si, invisíveis mas solidários com o seu sofrimento, alguns personagens de sua criação: o Afonso e o Carlos da Maia, a Amélia e a Luiza, o Primo Basílio e o Conselheiro Acácio, o Dâmaso Salcede e o Padre Amaro, o João da Ega e o Gonçalo Mendes Ramires, a Joaneira e a tia Patrocínio. E pairando sobre todos, o Carlos Fradique Mendes, que para muitos seria a idealização da sua própria vida, como observou Luiz Viana Filho.

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Biografia do Autor

A. Gomes da Costa, Real Gabinete Português de Leitura

Presidente do Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro e da Federação das Associações Portuguesas e Luso-Brasileiras.

Publicado
2001-12-30
Como Citar
Gomes da Costa, A. (2001). Centenário de Eça de Queirós. Convergência Lusíada, 16(18), 17-19. Recuperado de https://convergencialusiada.com.br/rcl/article/view/802