O Reino da Estupidez em dois tempos: Leituras satíricas de Portugal através de um olhar brasileiro (Séc. XVIII) e outro português (Séc. XX)
Palavras-chave:
crítica literária, séculos XVIII e XX, Francisco de Melo Franco, O Reino da EstupidezResumo
No ano de 1785, o brasileiro Francisco de Melo Franco compõe em Coimbra um poema herói-cômico intitulado "Reino da Estupidez", cm que o autor mostra, através de uma sátira mordaz, como no Portugal da sua época reinava a Deusa Estupidez, ajudada pelas Fúrias - a Inveja, a Raiva, o Fanatismo, a Hipocrisia e a Superstição. Essa obra de juventude reflete a adesão do poeta às mais subversivas idéias políticas daquele tempo, efetivamente responsável pela sua condenação aos cárceres inquisitoriais sob o pretexto de heresia.
Esse poema setecentista é considerado pelo português Jorge de Sena como o texto "mais significativo das virtudes e defeitos da luso-brasilidade", tendo sido retomado pelo escritor em seu volume homônimo de ensaios, O Reino da Estupidez, concluído no Brasil em 1961. Aqui, a ironia seniana volta-se para as grandes mudanças supostamente ocorridas em Portugal, onde teria passado a reinar a Inteligência, constituída pelos letrados e pela erudição acadêmica. Além de reflexões sarcásticas a propósito dos métodos críticos que identifica vigorarem nas Letras portuguesas, Sena desenvolve nessa obra análises sobre uma censura intelectual a que foi submetido, junto com outros de sua geração, e que por vezes se configura mais dolorosa que as restrições políticas impostas pela ditadura salazarista, cujas perseguições o fizeram abandonar sua pátria.
Nosso trabalho propõe-se a uma breve apresentação dessas duas perspectivas sobre contextos culturais que, embora distanciados temporalmente por dois séculos, possuem notáveis semelhanças, particularmente quando observados através de um brasileiro vivendo em Portugal e de um português exilado no Brasil.
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