A biblioteca (in)visível

Autores

DOI:

https://doi.org/10.37508/rcl.2023.n50a536

Palavras-chave:

Erotismo, pornografia, literatura oitocentista, Arsénio de Chatenay

Resumo

Apesar de ter havido uma rica e diversificada literatura licenciosa em Portugal no século XIX e início do século XX, um valioso arquivo para a história da vida privada dos portugueses e das portuguesas, além de esse material constituir uma importante documentação sobre os mecanismos de resistência contra os valores burgueses e heteropatriarcais, essa produção permanece invisível e ainda por estudar, pelo menos em Portugal. Pois, no que diz respeito à história da literatura portuguesa, continua a imperar a ideia de que “é pobre a expressão literária do erótico entre nós.”

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fernando Curopos, Sorbonne Nouvelle – CREPAL

É professor catedrático em estudos lusófonos na universidade Sorbonne Nouvelle onde dirige o Centre de Recherche sur les Pays Lusophones – CREPAL. A sua pesquisa tem incidido sobre questões de género e sexualidade na literatura portuguesa (s. XIX-XXI) e sobre temas queer tanto na literatura quanto no cinema português. Tem vindo a reeditar obras licenciosas portuguesas na editora Index.

Referências

ANÓNIMO. Os devassos de Lisboa. Primeira parte: Misérias da burguezia, Lisboa, s.n. [Empreza 20, rua dos Douradores], s.d. [1886].

ANÓNIMO. A Racha. Lisboa: Typographia de F. Silva, 1903.

ALMEIDA Fialho d’. Pasquinadas. (Jornal dum Vagabundo). Porto: Livraria Civilização, 1890.

BOCAGE, Manuel Maria Barbosa du. Poesias eróticas, burlescas e satíricas. Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 2017.

CAMÕES, Luís de. Os lusíadas. Porto: Porto Editora, 1994.

CHAGAS, Pinheiro. Duas palavras do tradutor. In: BELOT, Adolphe. Amigas e Peccadoras. Lisboa: Paulo Plantier Editores, 1874.

CHATENAY, Arsénio de. Os jogos lésbios. Porto: Typographia Nacional, 1877.

CHATENAY, Arsénio de. Os jogos lésbios ou os amores de Joaninha. Lisboa: Index, 2022.

CORREIA, Natália. Antologia de poesia portuguesa erótica e satírica. Lisboa: Ponto de Fuga, 2019.

CUROPOS, Fernando; LUGARINHO, Mário; MAIA, Helder. Literatura à mão: Os Serões do Convento. Moderna språk, v. 112, n. 2, p. 21-35, 2018. DOI: https://doi.org/10.58221/mosp.v112i2.7672

CUROPOS, Fernando. L’émergence de l’homosexualité dans la littérature portugaise (1875-1915). Paris: L’Harmattan, 2016.

CUROPOS, Fernando. Versos Fanchonos, Prosa Fressureira: Uma Antologia (1860-1910). Lisboa: Index, 2019.

CUROPOS, Fernando. Arsénio de Chatenay e seus mistérios. In: CHATENAY, Arsénio de. Os mistérios do Asfondelo. Lisboa: Index, p. V-XXX, 2020.

CUROPOS, Fernando. O Sr. Ganimedes ou a Lisboa das ruas de trás. In: GALLIS, Alfredo. O Sr. Ganimedes. Lisboa: Index, p. 7-49, 2022.

DEAN, Tim. Pornography, technology, archive. In: DEAN, Tim; RUSZCZYCHY; SQUIRES, David (editors). Porn Archive. Duham and London: Duke University Press, p. 1-26, 2014. DOI: https://doi.org/10.1215/9780822376620-001

DIAS, Simão. Hóstia de Ouro. Elvas: Editor Manoel d’Araújo e Silva, 1869.

FERREIRA, António Mega. O erotismo na ficção portuguesa do século XX. Lisboa: Texto Editores, 2005.

FIDLEN, Paula. Humanism, politics and pornography in Renaissance Italy. In: HUNT, Lynn. The Invention of Pornography. Zone Books: New- York, p. 49-108, 1996. DOI: https://doi.org/10.2307/j.ctv14gpj76.5

FRANCISCO, Luís. Andamos a escrever mais sobre sexo, mas será que temos jeito? Público, 10 fev. 2010. Disponível em: https://www.publico. pt/2010/02/10/culturaipsilon/noticia/andamos-a-escrever-mais-sobre-sexo-mas-sera-que-temos-jeito-250369 . Acesso em: 06 ago. 2022.

HALBERSTAM, Judith. Female Masculinity. Durham and London: Duke University Press, 1998. DOI: https://doi.org/10.1515/9781478002703

HUNT, Lynn. The Invention of Pornography. Zone Books: New-York, 1996.

LITERATURA dissolvente. Diário de Lisboa, p. 5, 26 set. 1925.

LOBATO, Gervásio. Chronica occidental, O Occidente, v. IX, n. 266, p. 105- 106, 11 de maio de 1886.

MARQUES, Maria Adelaide Salvador. A Real Mesa Censória e a Cultura Nacional: Aspectos da Geografia Cultural Portuguesa no Século XVIII, Separata do Boletim da Biblioteca da Universidade de Coimbra, Coimbra, v. XXVI, p. 118-206, 1963.

MENDONÇA, Zuzarte de. Para uma sociedade melhor. Porto: Casa Editora de A. Figueirinhas, 1925.

O POVO de Aveiro, 21 dezembro 1890, p. 4.

PINA, Mariano. Chronica, A Illustração, Paris, v. IV, n. 19, p. 290-291, 5 de outubro de 1887.

PIRES, Daniel. Estudo introdutório. In: BOCAGE, Manuel Maria Barbosa du. Poesias eróticas, burlescas e satíricas. Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da Moeda, p. 5-39, 2017.

POURÉSY, Émile. A desmoralização da juventude. Trad. Zuzarte de Mendonça. Lisboa: Almeida & Miranda, [1913].

QUEIRÓS, Eça de. A cidade e as serras. Lisboa: Temas e Debates, 2001.

RAMOS, Rui. Culturas da alfabetização e culturas do analfabetismo em Portugal: uma introdução à História da Alfabetização no Portugal contemporâneo. Análise Social, v. XXIV, p. 1067-1145, 1988.

RALLEVA, Remigio [Artur Alberto de Avelar]. Dos nabos e dos tomates. Lisboa: Libânio da Silva, 1898.

SAMPAIO, Bruno. O Brazil mental. Esboço Crítico. Porto: Livraria Chardron, 1898.

SANTANA, Maria Helena. Pornografia no fim do século: os romances de Alfredo Gallis, Portuguese Literary & Cultural Studies, n. 12, p. 235-248, 2007.

SARAIVA, Arnaldo. Literatura marigal(izada). Porto: Edições Árvore,1975.

SOUTO-MAIOR, Caetano José da Silva. A Martinhada. [Lisboa]: Typ. Dos Amores, 1849.

STORA-LAMARRE, Annie. L’Enfer de la IIIe République. Paris: Éditions Imago, 1990.

VENTURA, António. A literatura licenciosa em Portugal no tempo de Bocage. In: REIS, Maria de Fátima (coord.). Rumos e Escrita da História. Lisboa: Edições Colibri, p. 71-81, 2007.

WITTIG, Monique. La Pensée straight. Paris: Balland, 2001.

Downloads

Publicado

2023-11-13

Como Citar

Curopos, F. (2023). A biblioteca (in)visível. Convergência Lusíada, 34(50), 12–31. https://doi.org/10.37508/rcl.2023.n50a536