Milhas de angústia no Rio implacável de Clarice e na Lisboa de Ruffato
DOI:
https://doi.org/10.37508/rcl.2023.n49a519Palavras-chave:
Paisagem, Clarice Lispector, Luiz Ruffato, MarginalizaçãoResumo
Este artigo apresenta uma proposta de análise comparativa sobre a paisagem nas obras A Hora da Estrela, de Clarice Lispector, e Estive em Lisboa e lembrei de você, de Luiz Ruffato, advinda das pesquisas desenvolvidas no projeto Páginas Paisagens em Movimento, com bolsa fomentada em parceria pelo Real Gabinete Português de Leitura e pela Fundação Calouste Gulbenkian. Considerando, sobretudo, as reflexões sobre paisagem de Collot, Tuan e Marandola, defendemos que os dois escritores criam travessias em que a geografia externa e a interna se perpassam, fundem-se e se confundem, apresentam espaços de afeto, de reflexão e de epifania, sem, exatamente, sobrepor descrições e fatos, mas expandindo o olhar sobre as relações, as interações entre as pessoas na cidade e com a cidade, que se alarga, progressivamente. Sendo possível afirmar que, tanto em A hora da estrela quanto em Estive em Lisboa e lembrei de você, os dramas vividos pelos protagonistas nos lembram que a dor da invisibilidade e da marginalização é a mesma em todo o mundo.
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