Mattos, Malta ou Matta?, O romance policial pioneiro de Aluísio Azevedo
DOI:
https://doi.org/10.37508/rcl.2022.n47a482Palavras-chave:
romance-folhetim, romance policial, periódicosResumo
Em fins do século XIX, época de efervescência dos romances urbanos, um crime de difícil solução, ocorrido na cidade do Rio de Janeiro, inspirou a publicação do romance-folhetim Mattos, Malta ou Matta? – sem autoria – pela revista A Semana. O mistério transpôs a narrativa e chegou à realidade: durante bastante tempo, manteve-se desconhecida a autoria do folhetim. Quanto ao crime, ele não foi desvendado, mas, tempos depois, a autoria do romance foi atribuída ao já insigne escritor naturalista Aluísio Azevedo. Contemporâneo à literatura da chamada Escola de Enigma, de Edgar Alan Poe e Arthur Conan Doyle, Aluísio inaugura, no Brasil, com Mattos, Malta ou Matta? um gênero já em ascensão na Europa, mas, até então, inédito no país: o romance policial. Apesar de algumas similitudes com seus contemporâneos estrangeiros, a narrativa de mistério do autor brasileiro guarda suas peculiaridades, transgredindo o gênero e quebrando as expectativas do leitor, tornando-se, assim, um marco da nossa literatura.
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