As fadas e o teatro quinhentista português

  • Paulo César Ribeiro Filho Universidade de São Paulo

Resumo

O presente artigo convida o leitor a refletir acerca da presença das fadas em textos teatrais portugueses do século XVI. Para isso, parte de uma retrospectiva panorâmica relativa aos primórdios do pensamento mágico, apresentando fundamentos teóricos críticos ao discurso histórico-evolutivo da história dos pensamentos que atribui ao chamado “homem primitivo” uma grosseria intelectual incapaz de desenvolver raciocínios desinteressados da simples manutenção da sobrevivência. A seguir são apontados exemplos de práticas mágicas registradas nas escrituras bíblicas, direcionando o texto para a noção de “mediação” relativa a objetos e seres mágicos, com posterior detrimento na figura da fada. Posteriormente, o texto parte para a indicação de possibilidades interpretativas quanto à origem, forma, domínio e habilidades atribuídas às fadas, para então apresentar e analisar as principais ocorrências destes seres no recorte textual em questão.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AUTO DO DIA DO JUÍZO. Porto: A. J. Pereira Leite, 1863.

AUTO DOS SÁTIROS. In: ASENSIO, Eugenio. Una pieza desconocida del siglo XVI: EL «AUTO DOS SÁTIROS». Bulletin d’Histoire du Théâtre Portugais. Paris, 1950.

AUTO NOVAMENTE FEITO CHAMADO GUIOMAR DO PORTO. Lisboa: A. Alvares, 1649.

BARAGAÑO, Ramón. La mitología popular asturiana. In: Narria. Estudios de arte y costumbres populares, Madrid, Universidad Autónoma de Madrid, p. 44-46, 1985. Disponível em: <https://repositorio.uam.es/bitstream/handle/10486/8255/44866_8.pdf>. Acesso em: 3 jul. 2017.

BRAGA, Teófilo. O povo português em seus costumes, crenças e tradições. Lisboa: Dom Quixote, 1994. 2 v.

BUESCU, Maria Leonor Carvalhão (Ed.). Copilaçam de todalas obras de Gil Vicente. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1983. 2 v.

CAMÕES, José. Fadas. In: MATEUS, Osório (Dir.). Vicente. Lisboa: Quimera, 1989. Disponível em: <http://cvc.instituto-camoes.pt/conhecer/biblioteca-digital-camoes/estu

dos-literarios-critica-literaria/1121-1121/file.html>. Acesso em 17 de janeiro de 2017.

CENTRO DE ESTUDOS DE TEATRO. Teatro de Autores Portugueses do Século XVI. Base de dados textual [on-line]. Disponível em: <http://www.cet-e-quinhentos.com/>. Acesso em: 5 abr. 2017.

CHIADO, António Ribeiro. Prática dos compadres. In: VASCONCELLOS, Carolina Michaëlis de. Dezanove autos portugueses do século XVI. Madrid: Centro de Estudios Históricos, 1922.

COELHO, Nelly Novaes. A literatura infantil: história, teoria, análise. São Paulo: Quíron, 1984.

GARRETT, Almeida. Romanceiro II. Lisboa: Imprensa Nacional, 1851.

GOMES, Alberto F. (Ed.). Autos e trovas de Baltasar Dias. s/l: Ed. Funchal: 1961. (Coleção Poetas e Trovadores da Ilha).

LEVI-STRAUSS, Claude. Mito e significado. Lisboa: Edições 70, 1978.

MARTÍNEZ, María Rosa Cabo. Presencia del niño en la mitología asturiana. In: Didáctica de lenguas y culturas. SIMPOSIO INTERNACIONAL DE LA SOCIEDAD ESPAÑOLA DE DIDÁCTICA DE LA LENGUA Y LA LITERATURA, 3, 1993, Coruña. Servizo de publicacións... Coruña, 1993. Disponível em: <http://ruc.udc.es/dspace/bitstream/handle/2183/9258/CC-009_art_47.pdf>. Acesso em: 7 jul. 2017.

NORONHA, Tito de (Ed.). Autos de António Prestes. Porto: V. Moré, 1871.

PINTO, Jorge. Auto de Rodrigo e Mendo. In: VASCONCELLOS, Carolina Michaëlis de. Dezanove autos portugueses do século XVI. Madrid: Centro de Estudios Históricos, 1922.

PIRES, Sebastião. Auto da bela menina. In: VASCONCELLOS, Carolina Michaëlis de. Dezanove autos portugueses do século XVI. Madrid: Centro de Estudios Históricos, 1922.

VASCONCELOS, Jorge Ferreira de. Comédia Eufrosina. Ed. Eugenio Asensio. Madrid: Consejo Superior de Investigaciones Científicas. Patronato Menéndez Pelayo. Instituto Miguel de Cervantes. Biblioteca Hispano-Lusitana, 1951.

VASCONCELOS, José Leite de. Tradições populares de Portugal. Porto: Livraria Portuense de Clavel e Cia., 1882.

VASCONCELOS, Jorge Ferreira de. Comédia Ulissipo. In: VASCONCELLOS, Carolina Michaëlis de. Dezanove autos portugueses do século XVI. Madrid: Centro de Estudios Históricos, 1922.

VASCONCELOS, José Leite de. Contos populares e lendas. Coimbra: Acta Universitatis Conimbrigensis, 1963. 2 v.

VICENTE, Gil. Diálogo de uns três judeus e dois centúrios sobre a ressurreição de Cristo. Ed. José Camões e Helena Reis Silva. Lisboa: Assírio & Alvim, 2009.

Publicado
2018-04-13
Como Citar
Ribeiro Filho, P. C. (2018). As fadas e o teatro quinhentista português. Convergência Lusíada, 28(38), 72-87. Recuperado de https://convergencialusiada.com.br/rcl/article/view/222