As masculinidades na encruzilhada histórica de Luanda, Lisboa, Paraíso
DOI:
https://doi.org/10.37508/rcl.2024.n52a1308Palavras-chave:
Masculinidades, Colonialismo, Fascismo, Literatura Portuguesa ContemporâneaResumo
Este ensaio busca contextualizar a ebulição histórica da década de 1980, recorte temporal em que se passa a maior parte da narrativa de Djaimilia Pereira de Almeida, Luanda, Lisboa, Paraíso (2019). Considerando a ocorrência concomitante de alguns eventos históricos – a colonização, o regime salazarista português e as guerras coloniais de libertação dos países africanos –, intenta-se traçar algumas observações acerca das masculinidades vigentes nesse período, bem como dos seus paradigmas e subversões, alocando as personagens do romance, nomeadamente Cartola e Aquiles. Para tanto, recorre-se aos estudos de Rosas (2001), a fim de perspectivar o Estado Novo português; de Lugarinho (2017), que traça a aparição das masculinidades em algumas produções literárias dos PALOPs; e de Stanley (2019), cujo trabalho permite estabelecer parâmetros entre os regimes fascistas globais e a ditadura de Salazar, em Portugal. Evocam-se outros estudos para a elaboração deste trabalho, mas os já citados são basilares porquanto permitem colocar em perspectiva a construção das personagens principais do romance de Djaimilia Pereira de Almeida.
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Referências
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